top of page

O alerta do Banco Mundial sobre as comunidades tradicionais de pescadores

  • Foto do escritor: Tabahyba
    Tabahyba
  • 18 de mai. de 2023
  • 3 min de leitura

Os oceanos saudáveis não são apenas fontes de emprego e alimento, mas, igualmente, são a garantia de um crescimento econômico sustentável, da regulação do clima, e da manutenção do bem-estar das comunidades costeiras.


Um grande número de pessoas no mundo todo – particularmente as mais pobres – dependem de oceanos saudáveis para trabalhar e se nutrir, acentuando a necessidade urgente de uma exploração sustentável, de gestão e de proteção destes recursos naturais. Segundo a OCDE, os oceanos aportam a cada ano um valor agregado à economia global de 1 500 milhões de dólares.


A FAO estima que mais de 60 milhões de pessoas pelo mundo são empregadas na pesca e na aquicultura; a maioria deles nos países em desenvolvimento, exercendo uma pesca do tipo tradicional. Em 2016, a produção pesqueira e aquífera mundial representou aproximadamente 171 milhões de toneladas com um valor de “primeira venda” estimado em 362 milhões de dólares, com as exportações gerando mais de 152 milhões de dólares, dos quais 54% provenientes dos países em desenvolvimento. Além disso, para cerca de 3,2 milhões de pessoas, o peixe constitui quase 20% da ingestão média de proteína animal, e essa proporção é ainda maior nos países pobres.


A saúde dos oceanos, das regiões costeiras e ecossistemas de água doce é fundamental para o crescimento econômico e a produção de alimentos, mas também é essencial na luta contra o aquecimento global. Manguezais e outros habitats de plantas marinhas são “sumidouros de carbono azul”, que podem fixar 25% das emissões de CO2, e também protegem contra as tempestades e as inundações costeiras. Inversamente, o aquecimento dos oceanos e o dióxido de carbono presente na atmosfera conduzem à acidificação dos oceanos, ameaçando o seu equilíbrio e a sua produtividade.


Mas se os recursos marinhos estimulam o crescimento e a riqueza mundiais, as atividades humanas os estão levando à beira do desastre. Os estoques pesqueiros diminuíram devido à sobrepesca. A proporção de estoques explorados em um nível biologicamente insustentável, que era de 10% em 1974, atingiu 33% em 2015, enquanto que aproximadamente 60% dos estoques foram explorados além da sua capacidade. A causa, particularmente, é a pesca ilegal, não regulamentada e não declarada, que representa 26 milhões de toneladas de pescado todo ano, isto é, mais de 15% das capturas totais. Além disso, a sobrepesca e o excedente da capacidade de reprodução representa um déficit de US$ 80 bilhões por ano. Sem falar que os habitats dos peixes também são afetados pela poluição, pelo desenvolvimento costeiro e as práticas de pesca predatórias que impedem a recuperação dos estoques pesqueiros.


Por meio de uma melhor gestão da pesca, investimento em aquicultura sustentável e proteção de habitats críticos, a produtividade dos oceanos pode ser restaurada e os benefícios gerados para bilhões de pessoas nos países em desenvolvimento, proporcionando crescimento, segurança alimentar e empregos para as populações costeiras no futuro.


Os oceanos estão particularmente ameaçados pela poluição por plásticos. Todos os anos, cerca de 8 milhões de toneladas de plástico de fontes terrestres tem como destino os oceanos. Os microplásticos são encontrados em todo o mundo, na cadeia alimentar, no ar, nos oceanos, na água da chuva e no gelo do Ártico. A poluição plástica prejudica as economias globais, ecossistemas e a segurança alimentar, com graves repercussões na saúde pública. A luta contra a poluição plástica é complexa, multissetorial e específica de cada país; exige-se acabar com o descarte incorreto, melhorando a gestão dos resíduos sólidos, criando economias circulares (seguindo os princípios dos “3Rs”: reduzir, reutilizar, reciclar), e incentivar a limpeza e a coleta de resíduos.


Henrique Barahona

Sócio-fundador Tabahyba, Casa de Todos

 
 

©2023 por Tabahyba. Todos os direitos reservados.

Site desenvolvido por Agência Skyrocket.

projetos socioambientais

  • Instagram
  • Facebook
  • LinkedIn
bottom of page