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Nós

  • Foto do escritor: Tabahyba
    Tabahyba
  • 22 de mar. de 2023
  • 2 min de leitura

Interligar as pessoas (ou gente!) nos dias atuais requer outras bases teóricas e práticas, se é que algum dia houve a distinção entre uma coisa e outra. É preciso superar a guerra travada contra o outro, quer dizer, contra tudo aquilo que não reconheço como sendo eu ou meu. Esse “individualismo possessivo”, que deita as suas raízes nas revoluções liberais dos séculos XVII e XVIII, não nos levou à nada, a não ser ao estado atual de desigualdade social e destruição do meio ambiente.

Isso não aconteceu por acaso. São duas faces da mesma moeda. O indivíduo que emerge da modernidade não se vê igual a quem vive ou pensa diferente dele, nem como parte do meio circundante. E que quem deve resolver os efeitos dessas diferenças, quando muito, é o Estado, lavando completamente as mãos sobre esse assunto. Nessa visão de mundo com os óculos colocados no próprio umbigo, tudo o que é diferente transforma-se em desigual. Velha separação cartesiana entre eu (sujeito) e tudo aquilo que não sou eu (objeto), uma coisificação do mundo supostamente inerte e dócil a ser transformado ao bel prazer. Tanta prepotência, deu no que deu.

Nessa guerra evidente contra a alteridade – e o recente caso dos Yanomamis está aí para nos dizer que não se trata de uma guerra surda ou invisível – , quantos saberes tradicionais que poderiam nos ensinar novas forma de viver felizes e em comunhão com o outro e com a natureza foram apagados a cada povo originário extinto? É o exemplo atual mais cruel de como o diferente ainda vem sendo reduzido ao desigual, o outro que pode ser abandonado à fome e à doença, com a sua cultura e habitat devastados. E, enquanto isso, o medo habilmente manipulado ao que é diferente continua a conduzir ao ódio que procura sempre de alguma maneira se legitimar. Isso nos coloca diante da seguinte pergunta: quem é, afinal, o bárbaro?

Por isso na Tabahyba pensamos na possibilidade efetiva de construirmos juntos uma mudança urgente da cadeia produtiva mundial. Precisamos falar em nós, pronome e também aquilo que nos ata, que nos reúne numa “Casa de Todos”. “Todos” que são todos mesmos, na sua radical alteridade! Sem a anulação de quem quer que seja, e sem a partilha desigual das riquezas que a nossa grande casa, o Planeta Terra, tem a nos oferecer.


Henrique Barahona

Sócio Fundador Tabahyba, Casa de Todos

 
 

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